Marina Camargo conheceu os chamados cogumelos funcionais quando se mudou para a Califórnia, nos Estados Unidos, onde cursou faculdade de psicologia.
Marina Camargo conheceu os chamados cogumelos funcionais quando se mudou para a Califórnia, nos Estados Unidos, onde cursou faculdade de psicologia. Lá, ela se deparou com um mercado muito bem estabelecido, que chegou a movimentar US$ 31,7 bilhões (cerca de R$ 160,8 bilhões) em 2023.
Apaixonada pelo universo de saúde e bem-estar, a psicóloga, especializada em terapia psicodélica, passou a se interessar e se aprofundar nos estudos de suplemento à base de “superfoods”, ou seja, alimentos ricos em vitaminas e minerais.
No entanto, somente ao retornar ao Brasil, em 2022, é que Marina percebeu que tinha nas mãos uma grande oportunidade: a de importar esse mercado para seu país de origem — assim nascia a Mushin, empresa nacional pioneira no ramo.
Sabendo disso, a empresária conseguiu explorar o fungo em forma de extrato, e criou o Mushroom Coffee — um produto à base de café, leite de coco, triglicerídeos de cadeia média (TCM) e especiarias termogênicas.
Segundo ela, essa combinação auxilia o metabolismo, a imunidade, a recuperação da massa muscular e a absorção de nutrientes essenciais.
No entanto, a cereja do bolo é o chamado “cogumelo mágico” (psilocybe cubensis), reconhecido e aprovado pela Anvisa em março de 2023.
“Os cogumelos psicodélicos possuem esse composto químico chamado psilocibina, que interage com o nosso sistema nervoso e altera a nossa percepção. Essa interação pode ajudar a gente a curar diversos transtornos mentais, desde transtornos de estresse pós-traumático, depressão, ansiedade e transtornos alimentares”, conta.
Marina acrescenta que essa classe de cogumelos ainda é pouco utilizada no Brasil, especialmente devido a questões regulatórias e à falta de estudos sobre o produto. No entanto, ela afirma que há pesquisas em andamento para ampliar os testes em pacientes com quadros depressivos.
No caso do Mushroom Coffee, os cogumelos são produzidos em uma fazenda 100% orgânica e sustentável na Filadélfia, nos Estados Unidos, e importados para o Brasil.
Durante o processo de cultivo, os fungos passam por um processo tecnológico de radiação ultravioleta (UV), que aumenta a concentração de vitamina D do produto.
Com toda essa combinação, o Mushroom Coffee também se torna um concorrente de peso para outros alimentos “ready-to-drink”, como o famoso Supercoffee.
Um levantamento da Mordor Intelligence estima que o mercado global de cogumelos funcionais deve movimentar US$ 32,41 bilhões (R$ 164,2 bilhões) em 2024, e pode alcançar a marca de US$ 48,59 bilhões (R$ 246,2 bilhões) até 2029.
Segundo a empresa de pesquisa, o aumento do consumo de alimentos embalados, incentivado por estilos de vida agitados, ajudará a expansão da indústria.
“Os fabricantes de alimentos embalados estão atualizando os produtos alimentares com componentes nutritivos, como extratos ou pós-funcionais de cogumelos, para atrair uma base de clientes preocupados com a saúde. A longo prazo, espera-se que os cogumelos funcionais sejam utilizados em vários produtos farmacêuticos e de saúde”, diz o relatório.
Para a Mordor Intelligence, os cogumelos funcionais podem ser importantes aliados no combate a diversos tipos de vírus, especialmente por aumentar a imunidade.