Ministros das Relações Exteriores das sete maiores potências mundiais (G7) começam a se reunir na ilha italiana de Capri nesta quarta-feira (17) para
Ministros das Relações Exteriores das sete maiores potências mundiais (G7) começam a se reunir na ilha italiana de Capri nesta quarta-feira (17) para três dias de conversas ofuscadas pelas expectativas de uma retaliação israelense contra o Irã por ataques de mísseis e drones.
A escalada contínua das tensões entre Israel e o Irã e as guerras em Gaza e na Ucrânia dominarão a agenda dos ministros dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Itália, Alemanha, Canadá e Japão.
A Itália, que detém a presidência rotativa do G7, está pressionando por um cessar-fogo em Gaza e uma redução da escalada das tensões no Oriente Médio, mas Israel parece muito propenso a retaliar contra os ataques de fim de semana do Irã, apesar dos pedidos ocidentais por contenção.
“Em um contexto de fortes tensões internacionais, o G7 liderado pela Itália tem a tarefa de trabalhar pela paz”, disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, em um comunicado.
As nações do G7 prometeram apoio a Israel após o ataque, que veio em resposta a um suposto ataque aéreo israelense ao complexo da embaixada do Irã em Damasco em 1º de abril, que matou dois generais e vários outros oficiais iranianos.
Os EUA disseram na terça-feira (16) que planejam impor novas sanções ao programa de mísseis e drones de Teerã nos próximos dias e esperam que seus aliados sigam o exemplo. Tajani disse à Reuters nesta semana que quaisquer sanções podem se concentrar apenas em indivíduos.
Os mísseis e drones iranianos lançados no sábado foram abatidos principalmente por Israel e seus aliados, e não causaram mortes. Mas Israel diz que deve retaliar para preservar a credibilidade de seus dissuasores. O Irã diz que considera o assunto encerrado por enquanto, mas vai retaliar novamente se Israel o fizer.
A invasão da Ucrânia pela Rússia também será um tema importante em Capri, com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, agendados para participar das negociações na quinta-feira (18).
A Alemanha disse na quarta-feira que os ministros do G7 discutirão como obter mais defesas aéreas para a Ucrânia, já que Kiev enfrenta uma pressão crescente de ataques aéreos implacáveis da Rússia em sua rede de energia.
Outra questão fundamental será a forma de utilizar os lucros de cerca de 300 bilhões de dólares de ativos russos soberanos detidos no Ocidente para ajudar a Ucrânia, em meio à hesitação entre alguns Estados membros da União Europeia sobre a legalidade de tal movimento.
A sessão de abertura da reunião de quarta-feira à noite se concentrará em Gaza e no Irã, com a situação no Mar Vermelho sob escrutínio na manhã de quinta-feira. Antes de se voltarem para a Ucrânia, os ministros vão procurar formas de reforçar os laços com a África.
Os ministros do G7 também discutirão a estabilidade na região do Indo-Pacífico, disse a Itália, e realizarão debates sobre questões como conectividade de infraestrutura, segurança cibernética, inteligência artificial e luta contra notícias falsas.