O Big Brother Brasil 24 chegou ao fim nesta terça-feira, 16, e consagrou Davi como o grande campeão. Com tantos acontecimentos – era impossível não se
O Big Brother Brasil 24 chegou ao fim nesta terça-feira, 16, e consagrou Davi como o grande campeão. Com tantos acontecimentos – era impossível não ser bombardeado com os acontecimentos do reality todos os dias –, pode-se dizer que a 24ª edição do reality foi uma das mais intensas da história.
Discussões sobre violência, amizades e limites tomaram conta do programa. O BBB 24 teve a expulsão de Wanessa Camargo por agressão a Davi, brigas intensas e amizades marcantes, como a de Pitel e Fernanda e a de Beatriz e Alane.
Apesar de os reality shows não terem o propósito de ensinar, esses “programas de relações reais” nos mostram muito sobre sentimentos como empatia, suporte, egoísmo e manipulação. É isso que explica o psiquiatra Daniel Martins de Barros, colunista do Estadão e autor do livro Rir É Preciso.
“Todos [esses sentimentos] são maneiras de se relacionar, mas cabe ao telespectador avaliar quais quer alimentar ao seu redor”, afirma. Segundo o psiquiatra, conversar sobre o que acontece no BBB – “sem julgar, já que a maioria de nós nunca esteve numa situação semelhante para dizer, com propriedade, ‘eu faria diferente’” – é uma boa maneira de aprender sobre como queremos nos relacionar.
“Pode nos levar a refletir sobre comportamentos mais ou menos apropriados, formas de se vincular melhores ou piores e estratégias de comunicação interpessoal eficazes ou não, por exemplo”, diz. Relembre, abaixo, alguns dos ensinamentos comportamentais da atual edição.
Ninguém é bonzinho ou mau
Assistir ao reality é uma boa forma de ter contato com a complexidade humana. A 24ª edição foi marcada por comportamentos questionáveis, como a agressão de Wanessa a Davi e o “flerte” de Lucas com Pitel. As atitudes suscitaram a dúvida: será que os brothers se esquecem das câmeras? Leia a resposta aqui.
No início de março, pouco após a expulsão de Wanessa e o fim do casamento de Lucas, a psicóloga Paloma Muniz, da equipe do reality La Maison – Drag me as a Queen, do canal E!, avaliou que os participantes do programa passam por uma jornada de autoconhecimento forçada.
“De repente, a boazinha se converte em ‘persona non grata’ e o vilão se revela capaz de acolher e demonstrar afeto. É a complexidade humana”, afirmou. Segundo ela, a atração cria “armadilhas do ego” sob desejos como vaidade, sucesso, poder ou vingança.
Como resolver uma briga
No final de março, depois da briga intensa que quase terminou em “vias de fato” entre Davi e MC Bin Laden, a mediadora de conflitos Ana Luiza Isoldi apontou que, durante um atrito, é comum que as pessoas busquem ter razão em vez de resolverem o problema.
Uma boa solução é a intervenção de uma terceira pessoa, que facilita uma busca de uma solução entre os próprios envolvidos. Outra forma de evitar a escalada de um conflito é utilizando a comunicação não-violenta (CVV). Saiba o que é aqui.
Escute a raiva
Também após o conflito entre MC Bin Laden e Davi, a psicanalista Elisama Santos, autora do livro Vamos Conversar: Um Pequeno Antimanual de Comunicação Não Violenta Para a Vida Real, afirmou que, no momento de uma briga, a raiva não é, necessariamente, inimiga. De acordo com a psicanalista, é preciso “escutar a raiva”.
“Precisamos perceber fisicamente a raiva para entender o momento de dar um tempo. Dar um tempo para que ela se acomode e seja ouvida. E para pensar: ‘o que é tão importante para mim que está saindo ‘gritado’, que está saindo com irritação? O que estou sentindo que está ameaçado aqui?’”, disse ela. Confira mais sobre aqui.