A Polícia Federal informou que contabilizou nove corpos no barco encontrado à deriva no nordeste do Pará, no último sábado, 13.
A Polícia Federal informou que contabilizou nove corpos no barco encontrado à deriva no nordeste do Pará, no último sábado, 13. As vítimas ainda não foram identificadas, mas os documentos apontam que eram migrantes africanos.
A embarcação foi localizada por pescadores na região conhecida como Salgado, próxima à cidade de Bragança, com os corpos em estágio avançado de decomposição. A PF e o Ministério Público Federal abriram inquéritos para apurar as circunstâncias das mortes.
Segundo a Polícia Federal, oito corpos estavam dentro do barco. O nono estava próximo a ele. Os mortos eram da região da Mauritânia e Mali, mas a investigação não descarta a existência de pessoas de outras nacionalidades.
A polícia segue o protocolo internacional de identificação de vítimas de desastres da Interpol (DVI), com a realização de exames médicos-legais, perícia e outros. Além da identidade, os trabalhos periciais devem verificar a origem dos passageiros, a causa e o tempo estimado dos óbitos.
O protocolo permite a identificação das vítimas mesmo em estado de decomposição avançado, por meio de amostras de DNA, impressões digitais, características físicas, registros odontológicos e reconhecimento de objetos pessoais. A equipe de peritos criminais da Polícia Federal no Pará trabalha em conjunto com a equipe de DVI, composta por peritos criminais federais e papiloscopistas do Instituto Nacional de Crimalística (INC) e do Instituto Nacional de Identificação (INI), em Brasília.
Resgate e investigação
A operação de resgate da embarcação começou na manhã de domingo, às 7h, e terminou às 23h30, no porto da comunidade Vila do Castelo. Equipes da Marinha e dos Bombeiros Militares auxiliaram nas buscas. A ação também contou com apoio da Polícia Militar, Guarda Municipal, Defesa Civil Municipal, Polícia Científica do Estado e do Departamento Municipal de Mobilidade Urbana e Trânsito.
A pedido do procurador-chefe Felipe de Moura Palha, o Ministério Público Federal abriu dois inquéritos para apurar o caso. Ambos serão coordenados pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, órgão de defesa de direitos humanos. A investigação criminal foca em eventuais crimes cometidos e na responsabilização penal de autores. Já a investigação cível concentra-se em questões de interesse público e na proteção de direitos que não necessariamente envolvem crimes, segundo o MPF.