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A possibilidade de os juros nos Estados Unidos permanecerem mais altos por mais tempo é hoje o maior risco para o desempenho dos mercados na América Latina e está pesando sobre o sentimento dos investidores na região, mostra pesquisa divulgada pelo Bank of America Securities (BofA). As projeções para Ibovespa no fim deste ano estão menores, com apenas 28% dos participantes do levantamento vendo o índice acima dos 140 mil pontos até o fim do ano, ante 36% na pesquisa anterior.
Na pesquisa, o BofA também consultou as perspectivas para o dólar, e 31% dos participantes esperam uma cotação acima dos 5,10 reais até o encerramento de 2024 — na pesquisa anterior, essa previsão valia para 3% dos investidores. Em linhas gerais, 47% esperam um fortalecimento do dólar frente ao real até o fim do ano, contra 24% na pesquisa feita no mês passado.
Em relação às commodities, 25% dos participantes da pesquisa esperam uma performance acima da média do mercado nos próximos seis meses. O BofA pondera que a sua visão para matérias-primas ainda é cautelosa, com uma leitura mais construtiva em outros metais, como cobre e alumínio, além da celulose e do petróleo. “Investidores estão mais ‘overweight’ [com alocação acima da média do mercado] nos setores financeiro, indústria e utilities [saneamento e energia]”, diz trecho da pesquisa.
Os participantes do levantamento também relatam estarem com níveis de caixa — investimento em ativos considerados mais seguros — estáveis em relação à última pesquisa, com cerca de 25% assumindo mais risco nesse momento. Os níveis de uso de proteção estão atualmente abaixo da média histórica, enquanto uma rotação nas carteiras dos investidores pessoa física para o mercado de ações deve acontecer quando a taxa Selic atingir 9% ao ano, conforme a expectativa da maioria dos agentes de mercado.